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Atividade Conto Maravilhoso - 6º ano

Conto: o que é, características, tipos, exemplo - Português

CONTO MARAVILHOSO - 6ºANO

A SERPENTE BRANCA

A serpente branca Todos os dias na hora do almoço uma tigela tampada era levada à mesa do rei. Ele se servia dela apenas quando todos tivessem saído e em todo o reino ninguém sabia que alimento ela continha. Um dos servos ficou curioso para saber o que havia ali dentro e, quando certo dia o rei ordenou que ele retirasse a tigela, não se conteve, levou a tigela para o seu quarto e lá abriu a tampa. Dentro havia uma serpente branca. No instante em que a viu, o servo também sentiu vontade de comê-la e então cortou um pedaço e comeu. Mal encostou a carne da cobra em seus lábios, ele passou a entender a linguagem dos animais e ouviu o que os pássaros estavam conversando em frente à janela.

No mesmo dia, um dos anéis mais belos da rainha desapareceu e as suspeitas recaíram sobre ele. O rei disse que, se o servo não encontrasse o ladrão até o dia seguinte, ele seria acusado e castigado pelo furto. Entristecido, o servo caminhou de um lado a outro no jardim do castelo, em que dois patos descansavam à beira do lago. Ao passar por eles, ouviu os patos conversando: “Estou com dor de barriga porque engoli um anel que a rainha perdeu”.

Ele pegou o pato e levou-o ao cozinheiro, dizendo: “Abata-o porque já está bem gordo”. E, assim que o cozinheiro cortou o pescoço e limpou os miúdos, encontrou o anel dentro de sua barriga. O servo levou o anel ao rei, que ficou admirado e feliz e, por sentir remorso de ter acusado injustamente seu criado, disse: “Peça o que quiser e escolha qualquer posto em meu reino”.  Mas o jovem e belo criado estava magoado e, recusando qualquer oferta, quis partir dali. Pediu apenas um cavalo e algum dinheiro para poder sair mundo afora, no que foi prontamente atendido.

Ele partiu a cavalo no dia seguinte e chegou a um lago, onde encontrou três peixes presos em uma vara. Os peixes estavam se lamentando que morreriam em breve caso não fossem logo devolvidos à água. Ele saltou do cavalo, tirou-os da vara e colocou-os na água. Agradecidos, os peixes disseram: “Vamos nos lembrar disso e retribuir o favor”. Ele seguiu cavalgando e pouco tempo depois ouviu o rei das formigas gritando: “Suma daqui com esse animal gigante, vai acabar com todos nós com essas patas largas! ”. Ele olhou para o chão e viu que seu cavalo havia pisado em um formigueiro. Rapidamente desviou o cavalo e o rei das formigas disse, agradecido: “Vamos nos lembrar disso e retribuir o favor”. Em seguida ele chegou a uma floresta em que os corvos estavam despejando seus filhotes do ninho, alegando que já estavam crescidinhos e que podiam se alimentar sozinhos. Os filhotes gritavam no chão que morreriam de fome e que suas asas ainda eram muito pequenas, que ainda não podiam voar e buscar alimento. Então, ele desceu do cavalo, puxou a espada e o matou, deixando que os filhotes se aproximassem aos pulinhos e se fartassem de comida. “Vamos lembrar disso e retribuir o favor. ”

Ele continuou andando até chegar a uma cidade onde estavam anunciando que quem quisesse se casar com a princesa deveria cumprir as tarefas que ela exigisse, mas, caso falhasse, perderia a vida. Como diversos príncipes já haviam tentado e morrido todos, ninguém mais tinha coragem de se candidatar. Assim, a princesa voltou a fazer o anúncio. O jovem decidiu arriscar e candidatou-se como pretendente. Então ele foi levado ao mar e ali jogaram um anel na água, que ele deveria trazer de volta e, caso saísse da água sem o anel, seria jogado ao mar e condenado a morrer afogado. Mas, assim que chegou à rebentação, apareceram os peixes que ele salvara e o peixe do meio levava uma concha na boca, que ele colocou nos seus pés e dentro da qual estava o anel. O jovem ficou muito feliz e levou o anel ao rei para receber a mão da princesa. Mas, quando a princesa ouviu que ele não era príncipe, rejeitou-o e mandou espalhar dez sacos de sementes no gramado, dizendo que antes ele teria de recolher todas as sementes, sem deixar faltar nenhuma, antes do amanhecer. Então apareceu o rei das formigas que o jovem havia poupado acompanhado de todas as suas formigas, elas recolheram as sementes durante a noite e, antes que o sol nascesse, tinham recolhido todas e levaram os sacos para ele. Quando a princesa viu os sacos, ficou admirada, e então o jovem lhe foi apresentado. Por ser bonito, ele agradou à princesa, mas ainda assim ela fez mais uma exigência. Ele deveria colher uma maçã da árvore da vida. Enquanto ele refletia como iria executar tal tarefa, surgiu um dos corvos que ele alimentara com a carne de seu cavalo trazendo a maçã no bico. Assim, tornou-se o marido da princesa e, quando o pai dela morreu, passou a ser o rei daquele país.


Jacob e Wilhelm Grimm. Contos maravilhosos infantis e domésticos I. Trad. Christine Röhrig. São Paulo: Cosac Naify, s.d. p. 95-98.




1. Nos contos maravilhosos, o tempo e o local em que ocorre a história em geral não podem ser identificados. É possível identificá-los no texto lido?

2. Que características do jovem criado permitiram que ele ganhasse a amizade dos animais?

3. Sem poderes mágicos, seria possível realizar as tarefas impostas pela princesa? Por quê?

4. Em sua opinião, por que a princesa criou essas tarefas?

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